Conhecido como o maior evento inteiramente voltado para a literatura infanto-juvenil do mundo, a Feira de Bologna acontece todo ano desde 1964, e é o lugar com a maior concentração de figuras lendárias no mundo da ilustração, literatura e edição de livros infantis por metro quadrado. Além disso, há uma exposição sensacional e várias mesas redondas inspiradoras distribuídas numa programação de quatro dias. Um sonho para qualquer um que já fez livros para crianças.
Para quem não mora no velho continente, a visita a Bolonha acaba ficando no campo das vontades, afinal, há a complicação de atravessar um oceano. Tudo tem que ser muito bem planejado para que se tenha um bom proveito, e o viajante tem que ter a certeza que era a hora certa para ir. Por esse motivo, enquanto muitos brasileiros nunca nem foram na feira, os europeus já "perderam a conta" de quantas vezes foram a Bologna: para eles, é como fazer uma viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo.
E é aí que eu entro: eu já estava do outro lado da poça desde fevereiro, completando meus estudos em Design (ilustração, né? Vamos ser francos) em Portugal. Eu não sabia se era a hora certa e muito menos havia planejado alguma coisa até dois meses antes da feira, mas com a Itália ali, do ladinho, ir à Bolonha não era mais uma vontade, mas sim uma obrigação.
Coincidência ou não, 2014 foi o ano do Brasil ser o país homenageado no evento e, para mim, foi como ir pela primeira vez numa copa do Mundo e ver seu time sair campeão – literalmente, pois essa edição ainda contou com a gloriosa vitória do Roger Mello, o primeiro ilustrador brasileiro a ganhar o prêmio Hans Christian Andersen... Mas isso eu explico mais abaixo. Vamos por partes: